quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Eu poetizo, nós poetizamos, vós poetizais


Letra para uma valsa romântica
Manuel Bandeira






A tarde agoniza
Ao santo acalanto
Da noturna brisa.
E eu, que também morro,
Morro sem consolo,
Se não vens, Elisa!

Ai nem te humaniza
O pranto que tanto
Nas faces desliza
Do amante que pede
Suplicantemente
Teu amor, Elisa!

Ri, desdenha, pisa!
Meu canto, no entanto,
Mais te diviniza,
Mulher diferente,
Tão indiferente,
Desumana Elisa!





BANDEIRA, Manuel. Antologia Poética. 12. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.


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